Para profissionais de saúde
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A tomada de decisões partilhada (TDP)

A tomada de decisões partilhada (TDP) descreve um processo no qual as decisões de tratamento são tomadas em colaboração entre os profissionais de saúde e os doentes.1–4 No seu cerne, a TDP facilita um percurso de tratamento que coloca em destaque as preferências e os valores pessoais do doente e das suas famílias,3 dando-lhes um papel mais proeminente na tomada de decisões terapêuticas.1,2

A implementação da TDP apresenta vários benefícios. Em primeiro lugar, aumenta a confiança na relação médico-doente, difunde mais informações e conhecimentos sobre as opções de tratamento, os benefícios e os perigos e protege a autonomia e a autodeterminação do doente.5 Desta forma, a TDP pode mediar as comunicações dos profissionais de saúde e as intervenções de tomada de decisões com os resultados dos doentes.5 Por exemplo, a TDP pode melhorar a satisfação do doente, levando-o a confiar no profissional de saúde a longo prazo e, como consequência, a aderir de melhor forma às recomendações de tratamento6 que, em última análise, têm como objetivo melhorar os resultados em termos de saúde.5 Além disso, normalmente, os doentes expostos à TDP sentem-se mais confortáveis nas decisões de tratamento, têm mais confiança para lidar com a doença e utilizam os serviços de cuidados de saúde de forma mais adequada, incluindo a realização de um menor número de grandes cirurgias.7 

Tomada de decisões partilhada
tratamento

O tratamento da insuficiência cardíaca exige que os doentes alterem o seu estilo de vida e que recebam uma combinação de terapêuticas ao longo da vida. A TDP implica que os profissionais de saúde trabalhem em parceria com os doentes para os ajudar a escolher o tratamento mais adequado/apropriado, tendo em consideração as preferências e objetivos do doente, bem como as evidências clínicas e os conhecimentos dos profissionais de saúde. A TDP é apoiada pelas mais recentes diretrizes da ESC para o diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca aguda e crónica.8

Se utilizada corretamente, a abordagem de TDP permite capacitar os doentes, ajudando-os a sentir-se envolvidos nas decisões de tratamento,3 e dando-lhes mais confiança5,7 e compreensão da doença e das terapêuticas que passarão a fazer parte da sua vida quotidiana.4

Leia os nossos outros artigos e ferramentas criadas para capacitar os seus doentes com insuficiência cardíaca e ajudar a obter um diagnóstico prático e orientações de controlo para otimizar os resultados.

1. Elwyn G, et al. A three-talk model for shared decision making: multistage consultation process. BMJ. 2017;359:j4891.

2. Stacey D, et al. Decision aids for people facing health treatment or screening decisions. Cochrane Database Syst Rev. 2017, issue 4:CD001431.

3. National Institute for Health and Care Excellence (NICE). Shared decision making. NICE guideline NG197. London: NICE, 2021.

4. Ruth-Alma N, et al. Shared decision making in cardiovascular patient care to address cardiovascular disease disparities. J Am Heart Assoc. 2021;10:e018183.

5. Shay LA, et al. Where is the evidence? A systematic review of shared decision making and patient outcomes. Med Decis Making. 2015;35(1):114-31.

6. Schoenthaler A, et al. Medication adherence improvement similar for shared decision-making preference or longer patient-provider relationship. J Am Board Family Med 2018;31(5):752–760.

7. Coulter A, et al. Making shared decision-making a reality: No decision about me, without me. The King’s Fund: 2011.

8. McDonagh TA, et al. 2021 ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure. Eur Heart J. 2021;42:3599-3726.

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